Obviamente estamos na pós-modernidade, há aqueles que afirmam que já passamos por ela, mas as cosmovisões não morrem tão facilmente. Ainda que a falência de determinadas cosmovisões sejam visíveis, seus elementos permanecem vivos durante bom tempo após o ofício fúnebre. Isto chama a atenção, pois pode acarretar uma dúvida naquele que navega pelo campo da história do pensamento pela primeira vez ou no leigo que compreende razoavelmente as batalhas intelectuais. A dúvida seria: Tal cosmovisão ainda existe? Ainda é forte?
Respondo: Poderíamos medir a força de uma cosmovisão pela amplitude de alcance social. Este fator é o termômetro que aufere a amplitude de uma cosmovisão, ou seja, seu poder persuasivo. Você deve estar se perguntando o que esta introdução tem a ver com o tema da mensagem. Tudo! Explico: O ateísmo está balizado sobre a égide do pressuposto modernista e ainda tenta manter seu vigor. Este pressuposto advoga que a verdade só pode ser alcançada por meio racional. Chegamos ao racionalismo. Existem vários tipos de racionalismo, todavia, eles compartilham de um único pressuposto norteador: A esperança de que a razão humana é suficiente para acessar todo o conhecimento disponível. O modernismo enquanto cosmovisão baseia-se justamente nisto. Porém, a questão transmutou. A realidade agora é pós-moderna. Vejamos um esquema abaixo que alumia a situação:
Modernismo:
A razão humana é a verdade.
________________________
Pós-modernismo:
Não existe verdade.
A ruptura é clara. Porém o apologeta cristão pode estar a se perguntar: porque o ateísmo ainda se mantêm como uma opção viável e em debate.
Resposta: O ateísmo estatisticamente falando é quase inexistente. O que realmente existe é um grupo articulado em cima de alguns pressuposto pré-definidos, que tenta com as últimas forças remar contra o parecer que demonstra que sua crença na razão humana como elemento norteador da experiência do conhecimento faliu. O ateísmo é um movimento elitista, que circula nos nichos acadêmicos. Pode respingar aqui ou ali, mas nunca conseguirá adquirir popularidade. Ele é anacrônico. Tal como o modernismo está morto, o ateísmo também está. Pois não pode subsistir as promessas deste. Tem sobrevivido de migalhas. Suas promessas não se cumpriram. Seu método se mostrou falho.
A que conclusão chegamos? O ateísmo é refém da base oferecida pelo modernismo. Ele está morrendo por sua aridez. Não há como manter o ateísmo sem a sua base modernista que crê na potencialidade da razão humana para o conhecimento total. Logo, a cosmovisão morre, o sistema de crença ateu também morre. A ciência tem seu limites, a epistemologia deixa isso claro, então o que resta ao ateu? Agarrar-se com todas as suas forças numa militância desesperada e com pouquíssimo poder de fogo para tentar a todo custo manter sua visão em cena.
A morte da modernidade é a morte do ateísmo.
Em Cristo,
Marcos Vital
SDG
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